A Terra está velha e já não tem a força de há dois mil milhões de anos para contrariar os erros de uma das suas formas de vida – os humanos, animais tribais conflituosos, com sonhos de conquista, que dela se servem em proveito próprio. Esta é a principal mensagem do livro de James Lovelock, o cientista que aos 86 anos escreveu este livro, depois de uma vida dedicada à ciência da terra.
Não será tanto a Terra a estar ameaçada, mas o facto da humanidade ter provocado tantos estragos nela produziu uma diminuição da sua capacidade de resistência. O aumento do calor do sol no solo e a degradação deste, o crescimento rápido da população, o esgotamento dos recursos naturais, a acumulação de resíduos, a poluição de todos os tipos a subir, os abusos da tecnologia, a destruição da biodiversidade, as consequências das alterações climáticas constituem, no seu conjunto, uma ameaça ao bem-estar humano desconhecido das gerações anteriores.
Embora no passado já tenha acontecido em locais pontuais, a principal diferença entre o passado e o presente é que hoje o problema é global. Não se trata de uma civilização que desaparece, um império que se esboroa, um habitat que se desertifica, uma cidade que vai para o fundo do mar, é o planeta que pode morrer.
Quando terminamos este livro, mesmo se formos muito cépticos quanto a estas teorias, ficamos com um friozinho temeroso quanto ao futuro dos nossos filhos e netos, mas devemos sempre lê-lo, quanto mais não seja para sermos mais cautelosos com o rasto que deixamos no nosso planeta azul.
A Vingança de Gaia
James Lovelock
Editorial Gradiva