23/04/2013
03/04/2013
VER e ESCREVER
Era uma vez uma estória que
continua a ser, em que uma menina soube que Deus descansou ao sétimo dia da
criação do mundo! Mesmo sem entender muito de Deus, o Não-humano, a estória e
respetiva explicação estava aceite para se maravilhar com o que tinha ficado do
trabalho dos seis dias anteriores. Na impossibilidade de repetição, o mistério
ganha mais consistência quando a perfeição entra pelos olhos dentro e chega, de
mansinho, ao coração.
A menina, todas as meninas e
meninos, vão pensando na capacidade de imitação para que a inteligência cumpra
funções inteligentes e a humanização se exceda em inventar, construir, ‘criar’
sem descanso, numa fração de tempo que ainda, e sempre, será o dia do recostar
divino.
Aí está o paradigma da
generosidade. Nesta estória, a menina foi pensando que, quem sabe fazer
paraísos (olhemos o céu e as nuvens que nele se passeiam e não caem… chegam ou
partem com gotinhas para refrescar e lavar o mundo que nenhum guarda chuva tapa
na totalidade…), sabe também a superlativa abnegação e a importância de dar a
oportunidade ao outro, espelho de nós mesmos. Oh suprema e inimaginável
contradição!!! Afinal será o Homem apenas semelhante a Deus – Criador, ou será
também o espelho que Deus escolheu para se Re - Ver e contemplar-Se a Si e à
Sua obra? Olhemos a ponte a unir duas margens, vejamos as janelas iluminadas
por uma luz inventada ou descoberta. Deus e o Homem, o Outro para o outro, para
que a diferença mantenha a Identidade de cada um. A menina, muitos outros que
sabem a estória, continuam a pensar que talvez Deus tenha decidido descansar e
assim permaneça para deixar que o Homem – Criatura possa ser também criador e a
beleza não desapareça.
Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes
02/04/2013
01/04/2013
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