27/02/2011

FOTOGRAFIA DA SEMANA


Quando os deuses construíram o mundo, inventaram umas pedrinhas muito pequeninas a que chamamos ‘areia’, inventaram desertos e praias, inventaram formas estranhas com as quais o vento se vai divertindo, moldando as dunas conforme lhe apraz.
Mas os deuses também inventaram seres animados, diz-se à sua semelhança e, não sendo puros espíritos, têm de ter algo para os albergar.
Então, aí estão os corpos, criações de muitas explicações, mas também nascidos e que crescendo, podem fazer muitas coisas que lhe vão apetecendo. Não se vestir e deitar nas tais pedrinhas pequeninas, confundindo as suas com as outras dunas. Umas e outras são belas.
Façamos apenas uma questão: serão as dunas que estão nuas perante o corpo que as usufrui ou será o corpo que está nu e se deleita nas dunas, imaginando que tiveram a mesma origem, que são almas gémeas e assim devem permanecer?

Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes


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19/02/2011

FOTOGRAFIA da SEMANA

Há muito tempo, apareceu na Terra um ser estranho, vindo de uma galáxia distante, que se perdeu na amizade por um menino a quem fez voar numa simples bicicleta. Que se saiba, Júlio Verne nada teve a ver com este fenómeno. Que se saiba, o aviador que encantou um príncipe, possuía apenas um avião que queria consertar, quando se despenhou no deserto. Que se saiba, o Evereste é muito alto para alpinistas de bicicleta sem qualquer acompanhamento ou formação de João Garcia. Que se saiba, o salto não é para o vazio mas, na força de vontade, engenho e arte deste “saltador/saltimbanco ou saltimbanco/salteador”, estarão em simultâneo um ‘allien’ bondoso e divertido, a vontade de saltar mil léguas aéreas, o desenho de uma ovelha num bolso e, se solicitados, os conselhos de João Garcia sobre superar o impossível!

Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes

15/02/2011

DIA dos NAMORADOS

Estamos no Dia dos Afectos: Faz de conta, convenção social ou não, consumismo e blá...., blá, o que interessa são os afectos e preservarmos a importânciia deles e das emoções.

Nunca devemos esquecer que gostamos uns dos outros e, se não gostamos, teremos de aprender a gostar, com os nossos defeitos e algumas virtudes.

Por isso, em jeito de homenagem (meio a brincar, mas de afectos a sério), partilhamos com toda a comunidade educativa os anexos escolhidos e elaborados para enfeitar a vitrina da BE, relativamente a este dia.

Em nome da Equipa da BE. Esperamos que se inspirem....




13/02/2011

FOTOGRAFIA DA SEMANA

Na compra da moldura leve também o céu

As feiras mostram-nos de tudo um pouco, ali estão os vendedores e pregoeiros para nos venderem xailes e copos, cobres e casacos, gravatas e sapatos. Lá vamos nós, quais Fernão Mendes Pinto, peregrinando, procurando a melhor peça e que seja ao melhor preço. Aguardamos que a satisfação do vendedor se pacifique na nossa própria satisfação: uns e outros achamos que fizemos óptimo negócio e ficamos felizes. Que belo fim e que belo final….
Mas há feiras onde se encontram artigos muito especiais, com bancas mágicas, saídas de um qualquer Éden iraquiano (consta que o original lá ficava…) em que se oferecem verdadeiras pechinchas.
Fomos a esta feira e, nem mais nem menos, ofereciam-nos um pedaço de céu pintadinho de azul por algum Leonardo e com ilustrações de Paula Rego. Estava tudo encaixadinho numa moldura muito ‘naif’, sem acréscimo de preço. O vendedor apenas queria fazer negócio com a moldura, é que pedaços de céu não se esgotam assim de repente, Leonardo pintor nunca tinha conhecido nenhum e Paula Rego não era nome nem pessoa que lhe sugerisse pinturas estranhas de árvores personificadas em meninas que, transmutadas em Capuchinho Vermelho, nada queriam saber duma avó esfomeada e que morava longe.
Não comprámos a moldura: primeiro olhamos extasiados para o que o espelho reflectia, depois, fomos andando e, de graça, olhamos o céu e as árvores que lá ficaram para as feiras seguintes.

Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes

11/02/2011

ATREVE-TE A LER

ATREVE-TE A LER

E a crónica vencedora, do mês de janeiro, é:

Um livro… O livro…
Livro
Primeiro uma história, bem narrada, de emigração nos anos 60, com a mãe que deixa o filho ainda criança para procurar uma vida melhor. Numa pequena comunidade fechada de um país dominado por uma moral conservadora, ouvimos a dificuldade que Ilídio tem de compreender a partida da mãe e o modo como se adapta às novas companhias, as brincadeiras com os amigos, os amores de Adelaide.
Depois a ida para França, como tantos outros nesse tempo na luta pela sobrevivência, as peripécias, a aventura, os desencontros com Adelaide, também ela emigrante.
Mas, de repente, é já Abril de 1974, é tempo de regresso e de reencontro com um mundo que já não é o mesmo. Agora, a história deixa o tom lento e magoado e acelera, toma um tom de festa.
E entra-se na segunda parte, mais curta, inesperada e desconcertante.
O tema escolhido para este livro é explicado pelo próprio autor: «Existe uma relação pessoal com esse tema, baseada no facto dos meus pais terem emigrado para França e de eu ter crescido com essa mitologia de ouvir falar do que era a emigração e do que tinha sido a experiência deles, sem que eu nunca a tivesse vivido».
E o título?
Quanto ao título, ele é explicado em vários momentos ao longo da obra.
Leia e descubra.


Parabéns à vencedora Ana Brito da Luz

06/02/2011

FOTOGRAFIA DA SEMANA

Era uma vez um mar, um rio, um lago.
Presumo que esta quantidade de água é mesmo um lago de há muitos anos; Tiberíades, na Galileia.
Apesar de não haver redes de pesca visíveis, coisa usual naquele tempo, alguns adiantados no tempo já usavam instrumentos modernos para retirar os peixinhos do seu ecológico e natural ambiente.
Mesmo esses foram descuidados ou curiosos.
Ouviram a história de um Homem Especial que por ali andava, procurando pescadores de outros elementos.
Então tiveram uma ideia brilhante: deixaram as canas do futuro que, por acaso, estavam deslocadas no passado, e também eles partiram, em busca de outras pescarias.
Nunca se chegou a saber se houve peixe que acedesse ao isco, ou se as canas cristalizaram e ficaram imóveis para nos lembrar que o tempo do passado se pode repetir no futuro.
O que é certo, é que lá continuam, como memória dos afazeres praticados naquelas bandas.
Os seus donos correram mundo, esqueceram-nas e nas pescarias tiveram outras sortes.
As canas são como a Excalibur. Apenas o Rei Artur a conseguiu retirar da rocha. Estas, das águas também não saem, a não ser que Pedro e Simão ou João ou Tomé, quem sabe Tiago, regressem e as resgatem, mais aos peixinhos que a esta hora talvez tenham ido juntar-se ao Nemo e procurem, procurem....
E nós, só recebemos as estórias e a foto de quem lá esteve e registou, ou não esteve e apenas sonhou.

Sonhemos também. Tudo é real e, quando queremos, o milagre acontece!


Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes

02/02/2011

"ÚLTIMA" AULA da NOSSA QUERIDA ANA BELA

Arte, Cultura, História – Aula da professora Ana Bela Castelo

A 20 de Janeiro, na sala de reuniões da Ferreira Dias, por iniciativa do CLIO, Clube de História e Património e dos professores de História, a professora Ana Bela Castelo, que agora se aposentou ao fim de 38 anos na nossa escola, deu a sua “última lição”, cujo tema foi – “História, Cultura e Arte”.
Antigos e actuais alunos, antigos e actuais professores e antigos alunos hoje professores, seguiram atentos uma palestra onde se ouviu música ( Vivaldi, Mozart, Handael) para ilustrar as fases da Vida e as épocas da História; se aconselharam romances que, recriando personagens e factos históricos, nos fazem “viver” ao ritmo das suas personagens; se viajou pela Arte de Picasso e por espaços de Siza Vieira e Souto Moura, tão diferentes como o podem ser uma Casa de Chá, uma Igreja e um Estádio de Futebol.
Da diversidade de tudo o que foi dito e mostrado, de muitas histórias e memórias, de um enorme orgulho na sua profissão/missão e de uma grande empatia com o seu público – desta vez composto não apenas por jovens - assim se fez uma excelente lição de uma grande professora, que não só encantou como...cantou!
O poema era de Fernando Pessoa e não podia vir mais a propósito – “Tudo vale a pena se a alma não é pequena!”