28/11/2016

LER E APRECIAR



“LER E APRECIAR”
A Brisa do Oriente, de Paloma Sánchez-Garnica
Volume 1: Prólogo e 12 cap.; volume 2: 6 cap. e espécie de epílogo com o título “A última viagem” e um ponto “Agradecimentos”. Tradução: Luís Miguel Coutinho.  Editor: Saída de Emergência, 2012.

Paloma Garnica, nascida em Madrid, é licenciada em direito e historia. O seu livro A Brisa do Oriente (2012) foi considerado um dos melhores romances históricos de 2012.
O tema é a viagem do personagem principal – Umberto de Quéribus - que descobre como o mundo realmente é na Europa medieval (1204).
Na sua viagem, Umberto vê as suas crenças contrariadas, do início ao fim, visto que todos aqueles com quem se encontra lhe mostram que o mundo não “é a preto e branco” e o fazem passar por sofrimentos os quais ele, de uma forma que parece, no mínimo, estranha, e, no máximo, irrealista, não tenta evitar, apenas deixando que os outros lhe façam oque bem entendem. No final, é uma história que dá pouco ou nenhum prazer ler, pois é desgraça após tragédia, da primeira à última página, com quase nenhuma felicidade pelo meio.
Como já dito, o livro fornece uma quantidade generosa de vezes cenas e momentos em que aquilo que Umberto pensa do mundo ou das pessoas é revelado errado da pior forma possível, mas um bom exemplo de que o personagem não revela muito da história é, logo no começo, o ataque e posterior saque a Constantinopla; nessa cena se descreve, claramente, o que o personagem espera - que os cavaleiros sigam as ordens; o que acontece, na verdade, é os cavaleiros ignorarem-nas completamente, saquearem tudo, matarem todos os que se metem na sua frente e ninguém, excetuando os infelizes que estão sendo mortos e Umberto, faz nada para o evitar.
Em nota final, este livro não é para todos, pois não é a típica história de época medieval em que os cavaleiros são o exemplo de coragem que não fazem nada de muito errado e, sim, uma história que mostra algo mais perto da infeliz realidade da época, narrando uma jornada marcada, praticamente, só por infelicidade.

Texto 1, Alexandre Torres, nº2, 10º L1, 28 de novembro 2016



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