03/11/2008

Palavras salteadas... à minha moda! (2)

L de… Liberdade

Esta é uma palavra especial que nos toca, mais ou menos profundamente, a todos. Por um lado, são os múltiplos sentidos que o termo pode assumir para cada um; por outro, a sua inegável musicalidade, jogando com as vogais mais doces da língua portuguesa: o i e o a.
Invariavelmente, sempre que nos sentimos oprimidos, a liberdade sai do seu cantinho, invade-nos a alma, habita-nos a boca, engatilha-se e fica pronta a disparar contra a(s) tirania(s).
Os poetas, seus amantes incondicionais, inspiram-se nela e ganham asas de condor. E, nas suas palavras, a liberdade parece não ter fim, risca céus sem limites e voa sem censuras...
Mas nem sempre é assim... Se os mais novos “põem o pé em ramo verde”, lá vêm os mais velhos com a sentença inexorável: “É o que dá a liberdade a mais! No meu tempo não era assim. Valha-nos Deus, que isto está cada vez pior!” Noutros momentos, a limitação chega com algo do tipo “A tua liberdade termina onde começa a minha!”.
Já Lenine entende a liberdade como algo que deve ser racionado:
"A liberdade é uma coisa tão preciosa que devia ser racionada." Considerando o percurso histórico deste líder soviético, tenho algumas reservas em relação ao conceito que apresenta...
Como não gosto de limitações, mesmo quando tenho de as respeitar, identifico-me com outras máximas:
"A liberdade não tem qualquer valor se não inclui a liberdade de errar." (Gandhi)
"A liberdade está em se ser dono da própria vida." (Platão)
"É mais difícil preservar a liberdade do que obtê-la." (John Caldwell Calhoun)
"O conformismo é o carcereiro da liberdade e o inimigo do crescimento." (John Fitzgerald Kennedy)
"Isto é a liberdade: sentir o que o seu coração deseja, independente da opinião dos outros." (Paulo Coelho)
E, a concluir, a minha preferida:
“Ai que prazer
Não cumprir um dever(...)”. (Fernando Pessoa)
Poema completo em: http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/v049.txt

Uma boa semana, sobretudo com muita liberdade!
Prof. António Pereira

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