23/01/2009

ANO DARWIN

Comemora-se este ano, a 24 de Novembro, o 150º aniversário da publicação da sua obra mais famosa, «A Origem das Espécies».


Charles Darwin, que se notabilizou pela sua Teoria da Evolução através da selecção natural, está "mais vivo do que nunca" no bicentenário do seu nascimento, segundo afirmam diversos cientistas. Essa é a convicção do biólogo Henrique Teotónio, para quem o naturalista inglês, nascido a 12 de Fevereiro de 1809, foi "uma das pessoas mais importantes na humanidade".


"Devemos-lhe a compreensão de como é que estamos no mundo e como é que os organismos se relacionam entre si", considera o investigador, responsável pelo grupo de Genética Evolutiva do Instituto Gulbenkian de Ciência, para quem Darwin "ainda é mal compreendido".


Para Carlos Fiolhais, professor de Física e director da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, "a herança de Darwin tem rendido juros, que se têm acumulado neste século e meio, e continua a render". Na sua perspectiva, "a teoria da evolução é um grande estudo unificador na Biologia, que permite explicar de uma maneira bastante simples a variedade e complexidade do mundo vivo". Carlos Fiolhais acrescentou: "O que o sábio inglês disse foi que pequenas causas fazem, ao longo de muitos e muitos anos, grandes efeitos. Foi assim que a partir de organismos primitivos chegámos à riqueza do mundo vivo actual".

Assinalar o «Ano Darwin» Exposições, conferências, publicações e um congresso internacional vão assinalar em Portugal o «Ano Darwin».

A Agência Ciência Viva abre amanhã no Pavilhão do Conhecimento (Lisboa) o seu programa de celebrações com uma conferência por Michael Ruse, da Universidade da Florida (EUA), com o título «Estará o Darwinismo fora de prazo? Reflexões sobre a Origem das Espécies 150 anos depois».

«A Evolução de Darwin» é o título de uma exposição a inaugurar na sede da Fundação Calouste Gulbenkian a 12 de Fevereiro, seguida de um ciclo de conferências por destacados especialistas mundiais na área da evolução. No entendimento de José Feijó, comissário científico da exposição, "poucos homens terão tido tão vasta influência na civilização ocidental como Darwin", já que "do entendimento da evolução biológica continuam a depender aspectos fulcrais da pesquisa médica, produção de alimentos e sustentabilidade ecológica, ou seja, da melhoria da nossa qualidade de vida e da nossa sobrevivência enquanto espécie". Os conferencistas convidados pela Gulbenkian falarão sobre a vida de Darwin e o seu legado, as consequências científicas e socais dos mecanismos evolutivos e o mediatismo da evolução nos dias de hoje.


No encerramento da exposição, a 24 de Maio, será contada a história dos tentilhões estudados pelo naturalista inglês há 180 anos, nas ilhas Galápagos, por Rosemary e Peter Grant, (na foto ao lado), dois investigadores da Universidade de Princeton (EUA), que continuam a comprovar a evolução biológica naquele laboratório vivo.

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