Durante a ocupação alemã, uma família francesa é obrigada a partilhar a sua casa com um oficial nazi.
Esta presença estrangeira é tão insuportável para o narrador e para a sobrinha que com ele vive que decidem fazer um pacto de silêncio: já que não podem recusar-se a receber o oficial alemão em sua casa, sentem-se, pelo menos, no direito de não lhe falar.
Trata-se, no entanto, dum militar culto, músico, que conhece profundamente a França e admira a sua cultura.
Todas as noites, ao regressar a casa, o oficial, através de longos monólogos, procura uma aproximação, demorando-se na sala, observando o piano mudo, percorrendo as lombadas dos livros, e revelando a sua admiração por Balzac, Baudelaire, Molière, Racine, Victor Hugo, Voltaire… Do outro lado, o silêncio, um silêncio profundo como o mar.
A pouco e pouco, o narrador vai começando a sentir respeito e admiração pelo inimigo, não conseguindo ficar indiferente à sua sensibilidade e, sobretudo, à firmeza e tenacidade com que o oficial enfrenta aquele implacável silêncio, nunca desanimando. À despedida, sempre a mesma frase: «— Desejo-vos uma boa noite.»
Escrito por Vercors, pseudónimo de Jean Bruller, O Silêncio do Mar foi publicado clandestinamente em 1942, quando o autor era membro da Resistência.
Biblioteca da ESCOLA SECUNDÁRIA DE FERREIRA DIAS
O SILÊNCIO DO MAR, VERCORS, EDITORIAL PRESENÇA
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