28/04/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA



…Mesmo sem Dali, ainda temos as memórias que persistem…

Escrevi e assim pensei, sobre a foto icónica dos símbolos de um País pobre e longínquo.

Mas a frase pode servir de ligação para outras recordações que também devem persistir. Estas, de abril florido em cravos que transformaram uma revolução num dia de poesia. Parecem tão longe os tempos, parecem tão inúteis as intenções de liberdade, quanto nos parece difícil e anacrónico este cravo florir de uma terra de papel, no claro desespero de rasgar a metálica folha que o preserva do ‘non sense’ sem o oxidar.

Quando os caminhos dos militares, Salgueiros e tantos Maias (…‘Somos Todos Capitães…’) se cruzaram com o povo que cantava em toda e qualquer Vila Morena e Depois do Adeus se trauteavam corridas em sorrisos empoleiradas, então foi a vez dos meninos se tornarem gigantes, chegarem com cravos arrebatados em rossios e praças, molhos e molhos de revoluções fazerem, daqui e dali…

E, mesmo sem Dali, mas aqui, temos de ter memórias que persistem, memórias que resistem…

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes

Postado por Carlos Cotter

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