Há horizontes de olhar que são
assim: reais e possíveis na realidade de ver, mas que parecem ideais onde
deambula o sonambulismo no despertar funcional do sonho.
O cavalinho, por ser de pau, não
cavalga as planícies; o menino, de infância estática, não tem esporas que
incentivem o seu transporte e o movam nem da terra, nem do sonho.
Só nós, que olhamos como donos da
imagem, podemos ter a veleidade de lhes traçar caminhos/rotas em mar de
deserto, de estepes, de pradarias ou até no ‘Crescente Fértil’…fértil de
colheitas históricas de passados impossíveis ou de cenários possíveis mas
improváveis.
Na natureza de duplicidade claro
(que brilha como se ouro fosse…)/escuro (sem brilho e que pode refrescar…)fica
perdido o nosso olhar ou a vontade de naquele cavalinho cavalgar. Para sermos
de eterna infância, para sermos de eternidade, para estarmos onde o sol ofusca
sem queimar, para sermos alma ou espírito que voa e busca, para desorganizarmos
tudo e sermos rio/destino/foz.
Ah, se este cavalinho fosse uma
bicicleta….
Ah, se este menino estático
tivesse um amigo…
Ah, se Spielberg os visse ou
imaginasse…
Foto de Osvaldo Castanheira
Texto de Maria dos Anjos Fernandes
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