08/10/2012

VER e ESCREVER


Há horizontes de olhar que são assim: reais e possíveis na realidade de ver, mas que parecem ideais onde deambula o sonambulismo no despertar funcional do sonho.

O cavalinho, por ser de pau, não cavalga as planícies; o menino, de infância estática, não tem esporas que incentivem o seu transporte e o movam nem da terra, nem do sonho.

Só nós, que olhamos como donos da imagem, podemos ter a veleidade de lhes traçar caminhos/rotas em mar de deserto, de estepes, de pradarias ou até no ‘Crescente Fértil’…fértil de colheitas históricas de passados impossíveis ou de cenários possíveis mas improváveis.

Na natureza de duplicidade claro (que brilha como se ouro fosse…)/escuro (sem brilho e que pode refrescar…)fica perdido o nosso olhar ou a vontade de naquele cavalinho cavalgar. Para sermos de eterna infância, para sermos de eternidade, para estarmos onde o sol ofusca sem queimar, para sermos alma ou espírito que voa e busca, para desorganizarmos tudo e sermos rio/destino/foz.

Ah, se este cavalinho fosse uma bicicleta….
Ah, se este menino estático tivesse um amigo…
Ah, se Spielberg os visse ou imaginasse…

Foto de Osvaldo Castanheira
Texto de Maria dos Anjos Fernandes

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