Quando L3 e K4, a bordo da
nave interestelar OMNIX, entraram na atmosfera terrestre, todos os sensores
programados para detetar ‘O Belo’,
começaram a piscar, quase entrando em colapso! Os dois tripulantes, atónitos,
concentraram os seus índices de partículas interpretativas do insólito no
frenesim interativo das máquinas!
Alteraram a velocidade da
OMNIX para a função ‘pairar e observar’ e, contemplaram, sem a comunicação
telepática das partículas socializantes. Cada um por si!
O que se lhes deparava era
muito mais do que esperavam encontrar na galáxia visitada, no pequenino ponto
azul, tão longe do seu espaço, quase para lá do Espaço!
Por nada semalhante haviam
passado. Mas, não sabemos porquê, conseguiram decifrar os parâmetros dos
sensores. O Belo estava por todo o lado, nas nuvens brancas a bordarem aquele
azul, na energia multicor das ondas, no pequenino reino encantado suspenso em
cascata.
Não tinham bocas para
palavras, não tinham olhos para olhar, vinham de um futuro muito distante numa
nave tão sofisticada que ninguém a via.
As máquinas não humanas que os
alertaram e tudo registaram, cristalizaram pela deteção da beleza.
E em L3 e K4 surgiu uma
capacidade estranha: as suas partículas enterneceram!
Foto: Professor Osvaldo Castanheira
Texto: Professora Maria dos Anjos Fernandes
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