"Espingardas e música clássica" vs "Amor de perdição".
E se um dia lhe viesse parar às mãos um livro cuja acção se passasse em 1961, com personagens chamadas Simão Botelho e Teresa de Albuquerque? Simão e Teresa no século XX? Deve ser engano! Tem razão em achar estranho pois estes são os nomes das personagens do Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, mas o livro existe e a história é engraçadíssima.
Trata-se do romance Espingardas e Música Clássica, de Alexandre Pinheiro Torres (1921-1999), cuja acção se passa em Ribatâmega, nos locais por onde Camilo andou e que retratou nos seus romances. Estamos em plena ditadura de Salazar, a chamada Índia Portuguesa acaba de ser ocupada pelas tropas da União Indiana e a nossa rádio não tinha autorização para noticiar o assunto, passando apenas música clássica. Entretanto, os operários da fábrica do juiz aposentado Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa, atreviam-se a fazer greve, sendo necessário chamar a GNR para impor a ordem e prender os agitadores. Adivinham agora quem era o cabecilha da revolta? Simão Botelho, pois claro, que irá parar aos calabouços, acompanhado de mais dois Simão Botelho, para grande espanto do leitor e confusão das autoridades.
A explicação é simples: nas terras de Camilo, todas as famílias Botelho têm um filho Simão em homenagem ao escritor, porque, como explica o caseiro Serafim, pai de Simão, «todos nós, os de poucas letras, só lemos até hoje o catecismo e o Amor de Perdição».
É, portanto, um romance cheio de ironia, onde reencontramos personagens do Amor de Perdição encaixadas numa história em que se critica o salazarismo. Vale a pena lê-lo e, já agora, reler também o romance de Camilo Castelo Branco.
E se um dia lhe viesse parar às mãos um livro cuja acção se passasse em 1961, com personagens chamadas Simão Botelho e Teresa de Albuquerque? Simão e Teresa no século XX? Deve ser engano! Tem razão em achar estranho pois estes são os nomes das personagens do Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, mas o livro existe e a história é engraçadíssima.
Trata-se do romance Espingardas e Música Clássica, de Alexandre Pinheiro Torres (1921-1999), cuja acção se passa em Ribatâmega, nos locais por onde Camilo andou e que retratou nos seus romances. Estamos em plena ditadura de Salazar, a chamada Índia Portuguesa acaba de ser ocupada pelas tropas da União Indiana e a nossa rádio não tinha autorização para noticiar o assunto, passando apenas música clássica. Entretanto, os operários da fábrica do juiz aposentado Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa, atreviam-se a fazer greve, sendo necessário chamar a GNR para impor a ordem e prender os agitadores. Adivinham agora quem era o cabecilha da revolta? Simão Botelho, pois claro, que irá parar aos calabouços, acompanhado de mais dois Simão Botelho, para grande espanto do leitor e confusão das autoridades.
A explicação é simples: nas terras de Camilo, todas as famílias Botelho têm um filho Simão em homenagem ao escritor, porque, como explica o caseiro Serafim, pai de Simão, «todos nós, os de poucas letras, só lemos até hoje o catecismo e o Amor de Perdição».
É, portanto, um romance cheio de ironia, onde reencontramos personagens do Amor de Perdição encaixadas numa história em que se critica o salazarismo. Vale a pena lê-lo e, já agora, reler também o romance de Camilo Castelo Branco.
1 comentário:
O Ano de 2007-2008 está a começar MUITO BEM.
O convite é aliciante e simpático.
Que BOM a Alice Vieira vir no dia 13 de Novembro à Escola!
Um BOM Ano Lectivo e continuação de BOM Trabalho.
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