16/12/2008

Palavras salteadas… à minha moda!(5)

A de… Avaliação

Nunca se ouviu falar tanto de avaliação como nos últimos tempos a propósito da avaliação dos professores.
O sentido da palavra nos dicionários de língua portuguesa é “o valor determinado pelos avaliadores” ou ainda o “estabelecimento do valor de algo, cálculo”.
Ou seja, parece que avaliar é fazer uma conta e… já está! Puro engano…
A contestação que a classe docente tem feito ao modelo de avaliação instituído pelo Ministério da Educação prova que o acto de avaliar é bem mais complexo.
Por um lado, exige-se a justiça que deve estar subjacente a qualquer acto de avaliação; por outro, chama-se a atenção para o facto de a avaliação não ter de se esgotar no acto quase administrativo de classificar, dar uma nota, devendo assumir um carácter formativo, tendo em vista o essencial: a melhoria do desempenho do avaliado, a sua progressão; finalmente, considera-se que a carga burocrática associada ao modelo avaliação retira aos docentes a tranquilidade necessária para desenvolver o seu trabalho com os alunos com um mínimo de qualidade.
Concordo com todos os argumentos apresentados no parágrafo anterior, pois todos eles ameaçam a qualidade da avaliação. É bom que a avaliação esteja a ser assim discutida e “avaliada” e há um aspecto fundamental que gostaria de pôr em relevo: a legitimidade com que os professores contestam a avaliação que lhes está a ser imposta tem de ser assumida coerentemente e posta em prática na avaliação dos seus alunos.
Também para eles, a avaliação deve:
ser sentida como justa, envolvendo-os em todo o processo. Impor pura e simplesmente regras de avaliação não é uma boa prática (quer para alunos quer para professores);
valorizar conhecimentos e competências, ser um meio de ajuda e não um mero instrumento de selecção/punição;
ser desenvolvida com um mínimo de tranquilidade, pois o stresse desvirtua a qualidade do acto de avaliar. Neste âmbito, aplicar aos alunos testes diários e trabalhos durante várias dias seguidos é uma ameaça para a validade da avaliação.
A concluir, expresso o meu desejo de que todos os professores proporcionem aos seus alunos aquilo por que, muito justamente, estão a lutar para si próprios: uma avaliação justa, útil e tranquila.
Um bom Natal para todos e até 2009!
Prof. António Pereira

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