A menina dança?
Dança comigo, consigo, para si ou para nós?
Quem a criou assim, bailarina solitária, para nos desafiar com a sua arte que, de tanto rodopiar parou? Extática, estátua, pintura, criatura imaginária, para nos fazer sonhar. Então dancemos, bailemos Ravel e o seu Bolero, sem pararmos nós, que a menina já parou. Mas…ai de quem quiser dançar consigo: terá de se encostar apenas à imaginação, aconchegá-la contra o peito e rodopiar pela sala, até os pés lhe doerem de tanto dançar sem sair do mesmo sítio. Porque o sítio é seu e a imaginação é deles: daquele que a fez e daquele que consigo dançou. Os dois são apenas um e esse é cada um dos que consigo quiserem bailar.
A menina dança? Para si? Para nós? Baile, baile comigo….
Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes
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