Não pode ser muito onírica a sensação de olhar e ver esta foto. Tem tudo para parecer normalizada, apresentando-nos o famosos e velhinho Globo Terrestre, mas também tem tudo para ser tenebrosa e causar-nos arrepios de um sólido tsunami. Se lermos o texto, percebemos que se trata de mostrar um trabalho feito para uma exposição e chocar, não pela exposição em si, mas pelo martírio artístico, obrigacional e sem qualquer prazer que deve ter provocado na artista. Presumo que depois de a realizar, se afastou de tal maneira do espaço (globo) terrestre, que desapareceu num qualquer cenário de alliens e não mais regressou.
Depois temos a tenebrosa guardiã da exposição: foi ‘escolhidinha a dedo’, não disfarça o frete de não saber os males que terá feito em vidas anteriores, para lhe atribuírem tão despropositada tarefa. Não disfarça a malvadez, nem a cara carrancuda esconde o horror de assustar o visitante. Se querem um conselho, não vão lá, fujam a sete pés, se não dela (mefistofélica, que até colocou uma tabuleta a dizer que podemos levar tudo, prontinho, como se de ‘comidinha a peso’ se tratasse), de tudo o resto….
E se a exposição já estiver noutra dimensão, de regresso ao futuro, sem sabermos? Não será ela a autora dos globos cheios de terra ou fita-cola a disfarçar (que será aquilo castanho?) que, arrependida por tão má escolha, nos esteja a chocar ainda mais, fazendo da sua cara outro globo monstruoso?
Apesar de tudo parecer errado: o gosto – indiscutível – de imaginar o planeta conspurcado e entrapado, não desanimemos! Pensemos na bela imagem que a Apollo XI tirou da “nossa redondinha”, do nosso planeta azulinho a flutuar no espaço universal da Via Láctea que arrepiaria de emoção o velhinho Tales de Mileto e até Galileu. Depois colemos definitivamente nas prateleiras os globos e, quiçá, possamos emparedá-los juntamente com a menina-funcionária-sabe-se-lá-o-quê, para não nos assustarmos mais com tamanhas fealdades!
Apesar de tudo parecer errado: o gosto – indiscutível – de imaginar o planeta conspurcado e entrapado, não desanimemos! Pensemos na bela imagem que a Apollo XI tirou da “nossa redondinha”, do nosso planeta azulinho a flutuar no espaço universal da Via Láctea que arrepiaria de emoção o velhinho Tales de Mileto e até Galileu. Depois colemos definitivamente nas prateleiras os globos e, quiçá, possamos emparedá-los juntamente com a menina-funcionária-sabe-se-lá-o-quê, para não nos assustarmos mais com tamanhas fealdades!
Foto - Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes
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