O Prémio Nobel da Paz de 2011 foi atribuído a três mulheres: à presidente liberiana Ellen Johnson Sirleaf, à militante liberiana pela paz Leymah Gbowee e à iemenita Tawakkul Karman, ativista da chamada Primavera Árabe. O anúncio foi feito esta sexta-feira, em Oslo, pelo comité Nobel norueguês.
As três mulheres foram "recompensadas pela sua luta pacífica para a segurança das mulheres e dos seus direitos em participar nos processos de paz", disse o presidente do comité Nobel norueguês, Thorbjoern Jagland, no “site” oficial.
"Não podemos conceber a democracia nem uma paz duradoura no mundo, sem que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens, para influenciar a sociedade a todos os níveis", referiu o responsável.
A "Dama de Ferro" da Libéria
Ellen Johnson Sirleaf, com 72 anos, economista formada em Harvard, mãe de quatro filhos e avó de oito crianças, trabalhou para as Nações Unidas e para o Banco Mundial.
Após ter feito história em 2006 ao assumir a presidência da Libéria e ao tornar-se a primeira Presidente eleita em África, viu agora reconhecida a sua luta pela paz no país e por uma atividade política totalmente transparente.
A "Dama de Ferro" como é conhecida, tem no centro da sua política a luta contra a corrupção e a busca de profundas reformas institucionais naquela que é a mais antiga República da África subsaariana, fundada em 1822.
Ellen vai recandidatar-se às eleições presidenciais, que acontecem já para a próxima semana na Libéria.
Gbowee: A militante pacifista
Leymah Gbowee é uma militante pacifista que lutou pacificamente para pôr fim às guerras civis que decorreram na Libéria até 2003.
Esta militante, conhecida pela "guerrilheira da Paz", fez da oração o mote da luta pela paz. Criou o movimento de oração, que ganhou grande importância no conflito que decorreu de 1989 a 2003. A oposição foi de tal forma, que o grupo de mulheres da "guerrilheira da paz", obrigou Charles Taylor, presidente da altura, a associá-las às negociações de paz.
"Gbowee é mais do que corajosa, dominou a tempestade Charles Taylor, obrigando-o a ir para a paz numa altura em que a maioria de nós, homens, fugíamos para salvar as nossas vidas”, referiu à AFP Nathan Jacobs, um liberiano de 45 anos.
A ativista da Primavera Árabe
A iemenita Tawakkul Karman, 32 anos, jornalista e mãe de três crianças, foi uma das figuras emblemática, no Iémen, país conservador onde as mulheres não têm expressão política.
Karman foi uma das responsáveis pelo levantamento popular, que ocorreu em janeiro deste ano, contra Ali Abdullah Saleh, Presidente do Iémen.
A jornalista, que criou em 2005 o grupo "Mulheres Jornalistas sem correntes" - "Women Journalists Without Chains", em inglês - esteve por detrás das manifestações de estudantes que deram início ao movimento de protesto este ano, acabando por ser detida no final de janeiro.
"Este prémio é uma vitória para a revolução e para o caráter pacífico desta revolução", salientou Karman à AFP.
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