Uma vez li algures que o Amor
não tira férias, quando muito, faz horas extraordinárias….
Se olharmos e quisermos ver
bem, parece que é o que acontece aqui.
Já o sol se foi deitar, já a
noite vem de mansinho depois do entardecer e eles não arredam pé deste sítio
que nos faz lembrar que por ali passou uma fada, patroa bondosa, que os
aconselha a não tirar férias (não há périplos nem destinos ideais para o amor
fora dos corações) e a continuarem as horas sempre extraordinárias da
manifestação dos Afetos. A água da purificação lá está como que a batizá-los
para o percurso da caminhada. E o céu também, qual estrada de Santiago, que os
leva a superar as habituais regras.
Não se vê o sítio onde a Bela
Adormecida descansava, não se vê o caminho que este Príncipe percorreu.
Apenas se veem as mãos que se
enlaçam, se agradecem, se enobrecem.
Não se veem os ritmos
cardíacos e a suavidade das promessas que fazem.
Não se ouvem os sussurros
indizíveis e não nos é dado observar os sorrisos sagrados que trocam nos
silêncios.
Mas podemos supor que relembram
todos os pressupostos de qualquer Merlim, que são Lancelot e Guinevere, que já
foram Romeu e Julieta.
Não tiram férias. Apenas
tentam parar o tempo.
Afinal, para o Amor as horas
são todas extraordinárias….
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