05/02/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Uma vez li algures que o Amor não tira férias, quando muito, faz horas extraordinárias….
Se olharmos e quisermos ver bem, parece que é o que acontece aqui.
Já o sol se foi deitar, já a noite vem de mansinho depois do entardecer e eles não arredam pé deste sítio que nos faz lembrar que por ali passou uma fada, patroa bondosa, que os aconselha a não tirar férias (não há périplos nem destinos ideais para o amor fora dos corações) e a continuarem as horas sempre extraordinárias da manifestação dos Afetos. A água da purificação lá está como que a batizá-los para o percurso da caminhada. E o céu também, qual estrada de Santiago, que os leva a superar as habituais regras.
Não se vê o sítio onde a Bela Adormecida descansava, não se vê o caminho que este Príncipe percorreu.
Apenas se veem as mãos que se enlaçam, se agradecem, se enobrecem.
Não se veem os ritmos cardíacos e a suavidade das promessas que fazem.
Não se ouvem os sussurros indizíveis e não nos é dado observar os sorrisos sagrados que trocam nos silêncios.
Mas podemos supor que relembram todos os pressupostos de qualquer Merlim, que são Lancelot e Guinevere, que já foram Romeu e Julieta.
Não tiram férias. Apenas tentam parar o tempo.
Afinal, para o Amor as horas são todas extraordinárias….

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes




Postado por Carlos Cotter

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