Este Fernando Pessoa não está na Ilha dos
Amores.
Incógnito
viajou e foi avistado por ursos polares, detetado por radares, filmado assim a
tremer de frio, com a imaginação congelada num corpo sem nomes, nesta cor e
rigidez com que se nos mostra.
Pessoa-
personna- máscara, onde esconde personagens, heterónimos e ortónimos que em
teatros de palavras nos deixou.
Pessoa (s) que em palavras de prosa ou poesia se refugiam para nos
falarem numa ‘Mensagem’ muito para além da dor e do Cabo Bojador.
Pessoas ridículas que escrevem cartas de amor ridículas e se tornam
ridículas por pessoas –personnas- de amor serem.
Este
pessoa, como cidadão exemplar, antecipou-se no tempo e emigrou, cumprindo os
desígnios do progresso futuro que não verá.
Tal como está, vêmo-lo na Lapónia, esperando trenós e renas, guiando os
meninos para a casa do Pai (Natal de seu nome).
Também espera outros, aqueles que não sabem que as cartas chegam como o
pensamento, através do vento.
Espera também aqueles que as não escrevem e que, para sempre, serão
apenas ‘ridículos’….
Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes
Postado por Carlos Cotter
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