Se olharmos para esta fotografia e virmos, porque olhar e ver são bem diferentes, damos conta que aquele menino é o que muitos de nós gostaríamos de experimentar ser.
Ah, quem não gostaria de se "re-ligare", "re-petir-se" humano mas, ao mesmo tempo, poder ver-se ao espelho e dar conta que, afinal, é um ser especial? A este menino, de olhos tristes, ensinaram-lhe a apontar o dedo da criação para um chão sem vida e sem Adão, colocaram-lhe na mão uma folha em branco com os Mandamentos ditos na sarça-ardente.
Mas ele não percebe nada. Até as asas, que não vê, lhe pesam....
Ícaro excedeu a sua imaginação, mas todos sabemos o resultado. Também este menino ali foi posto. Terá caído? Terá aparecido na realidade do "Talvez"?
No entanto, este menino é cada um de nós, num modo ancestral de ser, num tempo passado e perdido, só ganho através do 'OUTRO'.
É que, por ironia, ninguém consegue ver as asas que tem para poder voar, a não ser num espelho!
E o nosso espelho é – são – os outros!
Por isso, nos perdemos quando deixamos de ser 'Nós/Eu' e queremos imitar os heróis existentes, ou não.
Por isso, D. Sebastião não regressou de Alcácer-Quibir e ainda o esperamos. Não teria espelho na armadura de combate (coisa demasiado fina para aqueles tempos) e talvez os outros de si-mesmo o tivessem abandonado....
Mesmo assim, quem não gostaria de ser ANJO, com aquelas belas e inefáveis asas brancas?
Ah, quem não gostaria de se "re-ligare", "re-petir-se" humano mas, ao mesmo tempo, poder ver-se ao espelho e dar conta que, afinal, é um ser especial? A este menino, de olhos tristes, ensinaram-lhe a apontar o dedo da criação para um chão sem vida e sem Adão, colocaram-lhe na mão uma folha em branco com os Mandamentos ditos na sarça-ardente.
Mas ele não percebe nada. Até as asas, que não vê, lhe pesam....
Ícaro excedeu a sua imaginação, mas todos sabemos o resultado. Também este menino ali foi posto. Terá caído? Terá aparecido na realidade do "Talvez"?
No entanto, este menino é cada um de nós, num modo ancestral de ser, num tempo passado e perdido, só ganho através do 'OUTRO'.
É que, por ironia, ninguém consegue ver as asas que tem para poder voar, a não ser num espelho!
E o nosso espelho é – são – os outros!
Por isso, nos perdemos quando deixamos de ser 'Nós/Eu' e queremos imitar os heróis existentes, ou não.
Por isso, D. Sebastião não regressou de Alcácer-Quibir e ainda o esperamos. Não teria espelho na armadura de combate (coisa demasiado fina para aqueles tempos) e talvez os outros de si-mesmo o tivessem abandonado....
Mesmo assim, quem não gostaria de ser ANJO, com aquelas belas e inefáveis asas brancas?
Às vezes somos, mas só quando temos os espelhos da nossa alma por perto!
E esses são os nossos melhores AMIGOS....
Foto: Osvaldo Castanheira - Texto: Maria dos Anjos Fernandes
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