27/05/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Qualquer um de nós gostaria de voltar as costas ao mundo, por mais ou menos tempo, e iniciar o percurso a este lugar se sentir.
Sintra acolhe este sítio esotérico, idealizado no sonho romântico, mítico e mágico de Carvalho Monteiro e do arquiteto italiano Luigi Manini que o consubstanciou para, hoje, nossos sentidos se apaziguarem.
Não sabemos se esta menina que sozinha ali caminha, pensará nos estilos arquitetónicos do Palácio que se entrecruzam do gótico ao manuelino ou renascença.
Não sabemos se estará interessada na história trágico-marítima que esta Quinta de regalo (Regaleira) pretende evocar para enaltecer a giesta dos andantes marítimos; não sabemos se estará interessada nas simbologias míticas, místicas e iniciáticas que estão omnipresentes neste espaço sacralizado, diria até profanamente sacralizado.
Mas se quisermos entrar na Quinta e neste ‘Palácio dos Milhões’, através da fotografia, estejamos atentos. Podemos, de repente, entrar num regresso ao passado e encontrar algum Templário conversando com um Rosa Cruz a relembrarem outros combates. Podemos escutar fórmulas de juramentos secretos de alguma reunião de Lojas Maçónicas. Podemos ser apanhados por seres invisíveis que nos vendem os olhos e nos façam subir das trevas para a luz, na espiralada escadaria do poço iniciático.
Devíamos avisar esta menina já nascida que, nesta Quinta e no Palácio que a olha, poderá voltar a nascer. Se subir, desde qualquer uma das oito pontas da estrela que embeleza o fundo do poço, não estará apenas a emergir do ventre da Mãe Terra, não estará apenas a sair do Útero Primordial e a deixar a proteção amniótica. Poderá também ter de perceber o percurso inverso, o caminho heraclitiano, sempre o mesmo, mas diferente no subir e no descer! Aqui, ao subir, deixará a segurança uterina de onde provém a vida, mas também poderá descer, entrar de novo no ventre da Mãe Terra, a Sepultura onde tudo e ela têm de regressar.
Também está lá a alquimia de qualquer rei Midas, o equilíbrio precário que os visionários sonham, procuram, encontram, transformam e perdem para poderem sempre transgredir!
Então, visitemos e sonhemos transgredir. Talvez assim possamos estar dentro e fora de nós e das estrelas que o universo contém. E, se for noite, adormeceremos, tarde ou cedo, mesmo que a alma não nos fique adormecida.

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes

Postado por Carlos Cotter

25/05/2012

DIA INTERNACIONAL DAS CRIANÇAS DESAPARECIDAS


A Missing Children (Federação Europeia de Crianças Desaparecidas e Exploradas Sexualmente) lança uma campanha europeia para assinalar o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas. Em todos os países europeus, no dia 25 de maio, às 9 horas portuguesas (ou seja, às 10h CET) será difundido, por todos os meios possíveis, o vídeo da campanha.
A Direção do IAC solicita o apoio da vossa instituição colocando o vídeo no seu site /blog no dia 25 de maio a partir das 9 horas da manhã.´


Em Portugal assinalou-se, pela primeira vez, em 25 de Maio de 2004, o Dia Internacional das Crianças Desaparecidas, por iniciativa do Instituto de Apoio à Criança.

20/05/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Há uma canção popular que nos ensina a ouvir e a cantar uma menina que está à janela com o cabelo à lua.
Não é esta a menina. Nem das cantigas, nem dos ciclos astrais.
Esta estática menina está nas margens da galáxia e existe para nos impressionar, numa qualquer idealização desmedida de Tim Burton.
Por norma, as bonecas cumprem várias funções: são memórias que preservam a infância, que fazem crescer, que ensinam a ser. São companheiras dos sonhos e amigas solitárias de solitárias amigas. São um quarto, uma casa, rua e bairro, são jardins de brincadeira. São os nomes e as partilhas de fantasias. São as mães e as filhas, doentes e médicas, anfitriãs e convidadas, professoras e alunas, juízes e assassinas. São o si-mesmo sem nada serem, personificação mais banal ou mais intensa, quanto mais ou menos Barbies povoarem o espaço de crescer.
Porém, esta boneca tem algo de diferente. É poética na ingenuidade de existir para quem a brinque, é sinistra e personagem de filme para quem ali a deixou a descansar dos esconjuros que as amigas – bruxas de Salém – lhe provocaram.
Quem a vê, assim abandonada, não sente qualquer compaixão no esquecimento.
Quem a olha, experimenta algum alívio por não ter de suportar, à noite, algures no espaço onde se entrega ao sono e ao sonho, o olhar que destes olhos estranhos sai, o cabelo que não voa, a janela sem menina e sem lua.
Perante este ícone, de força desmesurada e beleza negativa, só nos resta pensar que Obélix dela se enamorou, dela se cansou e para ali a deixou.
Nem ele teve forças para tanto!!!

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes

Postado por Carlos Cotter

16/05/2012

V Encontro Nacional do Projecto Radiação Ambiente

Decorreu na Ferreira Dias, no dia 5 de maio, o 5º Encontro Nacional do Projeto Radiação Ambiente onde participaram 17 escolas de vários pontos do país, num total de 150 participantes.
 O Encontro organizado pela Ferreira Dias e pelo Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP) e contou com vários apoios sendo de realçar o apoio da Câmara Municipal de Sintra.

A reportagem detalhada pode ser vista em:

13/05/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA



Ao primeiro olhar lembramos Milos Forman a pensar no seu “Amadeus”. Pensamos nós se foi ‘aquele’ menino a escrever a partitura que estes tocam.
Depois, como a beleza não cansa os olhos, continuamos a olhar e a sentir. Ouvimos os sons deste mar a refletir o céu, ouvimos o silêncio da criação maravilhosa de um reino imaginário, ouvimos o voar mansinho das nuvens e ouvimo-los a eles.
Sentimo-nos a ser levados pela música desta orquestra fantástica que os meninos tocam.
Ali chegaram e ficaram no deslumbrante equilíbrio entre magia e realidade, como num sonho.
Não desviamos o olhar, os sentidos continuam lá.
São os sentidos que despertam para o pensar.
É o pensar que nos leva a outro reino refletido nas águas, reino da Fada Morgana, de Viviane, das protetoras de Guinevere, seus ‘Artures’ ou ‘Lancelotes’,  em  Avalon de mágicos nevoeiros.
Estes sons, por belas metáforas serem, propagam-se no vazio e, do reino das fadas, partem para chegarem a paragens longínquas.
E uma multidão chega. De nós e de outros.
É uma multidão que está.
É uma multidão que vê.
É uma multidão que ouve dentro de si o que o belo despertou.
Então, de repente, ouvindo e olhando, deparamos com Brad Pitt, regressado de sete anos no Tibete, na companhia de um menino.
Partiram do possível. Deixaram as aprendizagens do caos. Conservaram as da Amizade e do Amor.
Sorriem e estão felizes. Como diria Dalai Lama: Depara-se-nos o Nirvana!

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes

Postado por Carlos Cotter

11/05/2012

SONHAR


“Sempre que um homem sonha
O mundo pula e avança”
                                   António Gedeão

Assim como na “Pedra Filosofal” de António Gedeão, também no mundo real, as grandes mudanças e os grandes avanços da Humanidade são feitos por gente sonhadora.
Ao longo da história das civilizações, o progresso foi maioritariamente protagonizado por sonhadores, muitas vezes considerados loucos para os restantes. António Gedeão, como admirável homem da ciência, ao escrever estes dois versos teria em mente, com certeza, os casos de Galileu e Newton, que remaram contra uma maré de ideias no seu tempo, e sonhavam com um Universo concebido de uma forma diferente, mais verdadeira. Hoje são reconhecidos como pensadores, futuristas e imaginários, contudo, não é só no âmbito científico que existem pensadores, nem muito menos é só fora de terras Lusas que tal gente existe: também nós, Portugueses, fomos sonhadores ao encarar a imensidão azul do Atlântico comparada com o “bicho da Terra vil e tão pequeno”, como Camões retratou, e essa mesma imensidão nos fez navegadores, conquistadores e heróis que nesta Terra mostrávamos a todos os povos um exemplo de superação e triunfalismo. Muito mudou neste Portugal nos séculos seguintes, a chama que ardia e alimentava o espírito guerreiro foi-se apagando e o comodismo instalou-se, neste povo que vive da história e da nostalgia.
Será que devemos considerar loucos, todos os que pensam de forma diferente? Os tempos adivinham-se difíceis, e talvez seja a hora certa para deixar sonhar os loucos, virtuosos sortudos, porque “o sonho comanda a vida”, e quem não sonha não vive, sobrevive, como “cadáver adiado que procria” (Fernando Pessoa).
                                                                                                                                                                                                               
André Miranda
12ºC4, 09/12/2011


                                                                                                                                Postado por Carlos Cotter

06/05/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Sempre nos ensinaram que os Anjos não têm sexo e as discussões infindáveis e anacrónicas acabam por levar o rótulo de ‘discutir o sexo dos Anjos’, como conflito interminável quais ‘obras de Sta Engrácia’. Mas os nomes que Lhes deram não nos podem deixar dúvidas de seres masculinos serem. Nomes para seres incorpóreos e etéreos que nos vigiam e guardam. Até nos dizem que cada um de nós tem Um particular e único.
Maria teve o Seu, Anjo Gabriel, mensageiro de Vida, arauto da mais alta missão, a da Maternidade para o Filho de Deus.
Mundividência cultural católica que preservamos para que a proteção no masculino (a mais forte?) não nos abandone. É bem mais confortável pensar que os Anjos que aprendemos como imateriais Seres de Luz, são heróis corajosos que nos protegem do Mal cuja paternidade está a cargo de outro Anjo – Lucifer –  , Mal nascido da mais nefasta, perigosa e definitiva desobediência. Dan Brown também nos avisa, há Anjos/Anjos e há Anjos/Demónios…
Ocidentais e velhas referências que não são agora objeto de contraditório.
Por isso, é na suposição de uma saudável androginia que olhamos esta Menina–Anjo, outsider de todos os pressupostos. E ela, Anjo–Menina, todas as funções e missões já desempenhou. Anunciou, protegeu, guardou. Agora, apenas descansa num qualquer cantinho do Universo, que pode ser a casa, morada de nós próprios.
Obrigada Menina – Anjo.
Obrigada por tua guarda.

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes

Postado por Carlos Cotter


05/05/2012

DIA DA MÃE



Mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses 
as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz. 
sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente. 

pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste 
tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te 
desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente. 

às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo, 
a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia 
mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz. 

lê isto: mãe, amo-te. 

eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não 
escrevi estas palavras, sim, mãe, hei de fingir que 
não escrevi estas palavras, e tu hás de fingir que não 
as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes. 




José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"











… No rosto da Mãe começa sempre a madrugada,….

… O rosto da Mãe é sempre o rosto da nossa alma e do nosso amor,….
A Equipa da BE deseja um dia suave e de consolo a todas as Mães, as que são e as da memória nos seus filhos, sempre, sempre!!!


Postado por Carlos Cotter