02/01/2012

FOTOGRAFIA da SEMANA


Na Bíblia é-nos dado um conselho tão simples, quanto sábio – divinamente: “Se tiveres olhos vê, se não puderes ver, repara.”

Não sei qual o preferível:
-  Se ser a suposta Mãe que dá a ver a lista quase infindável  de explicações e motivos que representaram uma Guerra Mundial que dizimou milhões de corações a bater e corpos torturados e mortos, se ser o suposto filho que só pode ainda reparar naquela imensidão de frases, sem poder ainda perceber a dimensão horrenda da barbárie.
Quase podemos ouvir as explicações pedagógicas da Mãe.
Não será difícil aceitar apenas uma leitura simples, pautada aqui e ali, por alguma explicação mais realista. Mas só isto já é terrível, não haverá tempo no passeio para falar da insanidade dos senhores de braço estendido, dos medos de Anne Frank, na desobediência audaciosa de Aristides de Sousa Mendes, numa cruz suástica bem explicadinha….
Quase podemos ouvir os ‘Ah!’ do menino, filho aprendiz da memória dos horrores. Talvez na sua imaginação vá pensando: “que bom  eu ainda não ter nascido, que bom só ouvir falar a Mãe, que bom apenas saber que houve outros meninos com outros nomes que estiveram lá e agora já não estão aqui, e eu não sei muito bem porque lhe fizeram mal”. Mas fico triste.
Porquê Mãe? Também não sei muito bem Mãe, porque estas palavras que falam da Guerra (Como é uma Guerra Mãe? Os filhos ficam sem pais ou são os pais que ficam sem filhos?), têm de ser arte e porque estas explicações se chamam ‘A Arte da Guerra’!
É a brincar Mãe?

Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes

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