Este vestido é tão lindo ou emblemático que merece estar sem corpo.
Segura-se sozinho, o corpo que vestiu não está lá mas ainda lhe dá o suporte
das formas, da elegância, da cerimónia em que foram juntos: o vestido e o corpo
dela.
Foi num baile de gala, em Viena, para dançar nos Salões de Sissi.
Foi num baile de gala, em Viena, para dançar nos Salões de Sissi.
Foi no baile da Rosa, sem Grace, mas junto à triste e bela Carolina.
Foi num jantar na Ajuda, com embaixadores a elogiarem o estilismo
nacional….
Foi no Moulin Rouge, num espetáculo de Can-Can que ele ofereceu a ela
e a pediu em casamento (ela aceitou….).
Foi num jantar romântico, com som de violinos, e o vestido despiu-se
sem se despedir dela…
Foi em Casablanca, quando o vestido e Ilsa (Ingrid Bergman)
dançaram com
Rick (Humphrey Bogart), ao
som de ‘As time goes by’.
Mas isto é tudo uma grande metáfora para exercitar a nossa imaginação.
É que este vestido é o tal: Ícone que vestiu a fadista do FADO –
português - , elevado Património Imaterial da Humanidade.
Então, vestimos o vestido?
Foto: Osvaldo Castanheira
Texto: Maria dos Anjos Fernandes
_
_
Sem comentários:
Enviar um comentário