“ E SE EU FOSSE UMA BIBLIOTECA?”
3º Prémio: Carolina Ribeiro, 10ºL1, nº10
Se eu
fosse uma Biblioteca, seria uma daquelas bem antigas, onde tudo é gigante. O
teto estaria bem lá no cimo das cabeças de quem lá passasse. Teria poucas
janelas. Uma grade no teto, de forma circular, talvez; por onde me seriam ditos
os segredos da luz solar, em verso e prosa. Estaria repleta de velas, uma em
cada mesa, ao lado de uma pena e de um pequeno recipiente, onde quem me
visitasse pudesse escrever.
Guardaria estórias entre tábuas paralelas, assim como somas, subtrações,
pequenos risos, pequenas lágrimas.
Guardaria os tesouros da Terra.
Registaria a minha própria civilização e, claro, seria extremamente
cultural.
Em dias
mais tristes, teria o apoio e consolo das minhas melhores amigas: as palavras.
As páginas seriam folheadas em mim, e assim seria a mais sábia de todas.
Teria
brilho e magia, oh sim, muita magia, por ter o romance de alguém. Teria também
páginas de rostos do meu ser.
Seria
feliz, sim! Forte, vaidosa, corajosa e plena, muito realizada e sempre pronta a
deixar desvendar os meus segredos, aos pequenos ou grandes corajosos, que os
procurassem e os quisessem saber!
3º Prémio: Rodrigo Graça, 11ºE, nº28
Se eu fosse uma Biblioteca… em sonhos voaria.
Os livros seriam a minha esperança adormecida mas nunca esquecida. Neles depositaria tudo o que sou, tudo o que pretendo, tudo o que ambiciono. Demonstrá-lo-ia a quem me quisesse ler.Com calor, numa tarde de verão, nas minhas aconchegantes cadeiras cobertas por um manto de pequenos meteoritos; ler-me-iam mas nada de mim perceberiam… assustar-se-iam com tamanha confusão e sofrimento. Cansar-se-iam rapidamente e deles, a vontade de respirar apoderar-se-ia.
Uma suave brisa percorreria nesse momento pelos seus pescoços, um arrepio no corpo, uma vontade de ficar. Sentir-nos-íamos confortáveis uma outra vez. Persistentes, como só nós sabemos ser, abriríamos um outro livro, uma outra página.
Iniciamos agora uma nova viagem… uma viagem diferente!
Recostas-te no que lês, sentes-te confortável com o que te ofereço.
O tempo não parou, e os inquietos raios de sol que anteriormente adormeciam no calmo chão de madeira, estavam agora esquecidos, não queriam aparecer.
O silêncio, ensurdecedor dos meus pensamentos, refletia-se na tua expressão. Nada mais importava! Eras tu, leitora dos meus contos de fadas, e eu, Biblioteca de velhas ambições, velhos pensamentos, velhas mágoas.
Anoitecera. Tu não querias parar. De mim, restavam ainda, duas prateleiras de quem eu sou, de quem eu quero ser, de quem nunca serei.
O teu querer pelo saber era notável, nele revejo todo o esforço de uma vida!
O dia em ti acabara. Os livros para ti sorriram, tu em mim adormeceste.
Sem comentários:
Enviar um comentário